HEBDOMADÁRIO ANO 1- Nº 02

17/03/2014 19:24

 

Reflexão:

Maduro, quase podre, resta saber quando vai cair o presidente venezuelano sucessor de Hugo Chavez que instituiu o bolivarianismo na Venezuela

 

 

Entenda a Questão Venezuelana.

 

Uma breve história da Venezuela.

Os espanhóis chegaram no norte da América do Sul , território venezuelano, em 1499. Mas, somente a partir de 1515 que efetivamente teve inicio a colonização da “Pequena Veneza das Américas”, a Venezuela, Nome supostamente dado pelo “descobridor” espanhol Alonso de Ojeda encantado com as habitações nativas construídas sobre estacas em regiões sujeitas a alagamentos.

Em 1811 os venezuelanos junto com colombianos e equatorianos que formavam a Gran Colômbia, declararam-se independentes da Espanha, mas somente em 1819 a autonomia foi definitivamente conquistada. A Gran Colômbia manteve-se claudicante até 1830, quando se desfez e desta forma surge República da Venezuela.

Personagem destacado na luta pela independência da Gran Colômbia e de outras colônias hispânicas como Bolívia, Peru e Chile, o comandante venezuelano Simon Bolívar defendia a criação de uma confederação de repúblicas latino americanas, uma espécie de pan-americanismo. Tal principio constituiu-se na base histórica do “Bolivarianismo”, ideologia do atual regime político Venezuelano.

Na primeira metade do século XX foram descobertas grandes jazidas de petróleo em território venezuelano, tal recurso garantiu a Venezuela o privilégio de ser a única nação não árabe integrante da O.P.E.P., grupo de países produtores e exportadores de petróleo. Entretanto, essa riqueza não garantiu a estabilidade politica para a Venezuela, tampouco a prosperidade para o povo venezuelano.

 

 

 

Somente no final da década de 1950 a democracia foi instituída na república venezuelana. Mas, ao longo da década de 1980 mergulhada na crise da “década perdida”, o clima de instabilidade acabou resultando numa frustrada tentativa de golpe em 1992. Por conta dessa tentativa de golpe vários militares foram presos e condenados, entre estes o coronel Hugo Chávez.

Anistiado em 1998, Hugo Chávez foi eleito presidente e adotou uma série de medidas de cunho social que atendiam sobremaneira os interesses da população mais humilde mas desagradava a classe empresarial. Com a intensificação da crise econômica, em 2002 a Venezuela mergulhou novamente num clima de instabilidade que levou a nova tentativa de golpe, agora contra o presidente Chávez. Entretanto, os chefes militares e a insurgência da população beneficiada por Chávez reagiram e, não somente recolocaram Hugo Chávez no governo, como também consolidaram o regime chavista através de um referendo popular realizado em 2004 que permitiu sua reeleição.

Aproveitando-se da popularidade junto à grande parcela da população mais humilde da Venezuela e do apoio dos militares, o carismático Hugo Chávez implantou um regime com características populistas e suposto fundamento histórico, o “Bolivarianismo”. Desta forma, a Venezuela se constituiu no que é hoje, a República Bolivariana da Venezuela.

A Crise.

Inflação de 56% ao ano; desabastecimento; censura aos meios de comunicação constitui-se na ponta visível do iceberg de problemas enfrentados pelos venezuelanos. O presidente Maduro, sucessor do carismático Hugo Chávez, mostra-se incompetente para debelar a crise que devasta não somente a economia, mas também toda a sociedade venezuelana que está perigosamente dividida. A massa mais humilde, esperando a concretização do sonho de prosperidade bancada pelo Estado proposto no discurso chavista tenta dar um voto de confiança a seu titubeante governo, já a classe média e os estudantes de origens diversas, descontentes e completamente desesperançados com tal regime, manifestam-se nas ruas clamando por mudanças.

Nesse clima, grandes manifestações contra o regime de Nicolás Maduro são violentamente rechaçadas tanto pelas forças policiais quanto por grupos paramilitares formados e armados pelo regime chavista. Desta forma, Caracas, a capital venezuelana transformou-se numa praça de guerra onde se digladia o dividido povo venezuelano e nessa quase guerra civil já se contabilizam 29 mortos.