HEBDOMADÁRIO - Ano 1 - nº 01
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Reflexão Em 1914, um atentado em Sarajevo promovido por um grupo separatista sérvio que contava com apoio da Rússia deu inicio a Primeira Guerra Mundial. Em 2014 na Ucrânia, separatistas da Criméia com apoio da Rússia desencadearão a terceira Guerra Mundial?
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Entenda a Questão Ucraniana.
Uma breve história da Ucrânia
Com território encravado entre o Leste e o Oeste da Eurásia, a Ucrânia sempre se dividiu, a porção Oeste identificada e atraída pelo Ocidente, já a porção Leste historicamente atada ao Grande Urso, a Rússia.
Por séculos o território ucraniano foi controlado por reinos estrangeiros até que, no século XVIII, passou ao domínio do Império Czarista Russo e somente em 1918, após a Revolução Socialista Russa, os Ucranianos declararam a independência.
Durou pouco a autonomia ucraniana, já em 1924 a jovem república foi incorporada à extinta U.R.S.S.
Importante destacar que, durante esse período de domínio soviético, a Ucrânia vivenciou um período de rápida industrialização, contribuindo para isso as ricas jazidas de minério de ferro e carvão, além das grandes planícies cobertas com terra negra, excelentes para a atividade agrícola.
Em 1939, pouco antes da Segunda Guerra, a parte do território ucraniano que ainda estava sob domínio polonês foi incorporado a Ucrânia Soviética. E em meados da década de 1950, a Criméia, uma península no Mar Negro, foi devolvida pela Rússia a Ucrânia, incorporando-se ao território ucraniano como um departamento autônomo.
Também é importante destacar que os russos conquistaram a península após uma sangrenta guerra, a Guerra da Crimeia (1853-1856). Apesar de derrotados pela coalizão formada por Inglaterra, França e Reino da Sardenha, os russos tomaram do Império Turco Otomano o território da estratégica península.
Por fim, somente em 1991, após a dissolução da União Soviética, a Ucrânia conquistou definitivamente (pelo menos até agora) sua independência.
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A Crise Como parece regra, (e é uma regra sociológica), a infraestrutura configura a superestrutura, no caso, a crise econômica vivida pela Ucrânia desencadeou uma discussão, como enfrentar tal crise, nesse ponto, a histórica divisão dos ucranianos do Leste e do Oeste foi colocada em pauta. A parte da população que fala o idioma ucraniano e ocupa a porção Oeste do território defende a integração do país à União Europeia. Entretanto, em novembro do ano passado, o presidente Victor Yanukovich, um ucraniano pró-russo, decidiu romper as tratativas que estavam em andamento com a União Europeia e aceitar um empréstimo de US$ 15 bilhões proposto por seu colega russo Vladimir Putin além do subsidio do preço do gás fornecido pela Rússia. Insatisfeitos com os desmandos do presidente Yanukovich, acusado de corrupto e submisso aos russos, a população foi para a praça Central de Kiev, se postou em frente ao palácio do governo exigindo sua renúncia. Além do rigoroso inverno, os manifestantes enfrentaram a violência policial. Em 21 de fevereiro, depois da morte de vários manifestantes, o presidente ucraniano deixou o governo e fugiu para a Crimeia, um departamento autônomo da Ucrânia ocupado por uma população russificada que abriga a principal base naval russa no Mar Negro. Imediatamente, tropas russas ocuparam a região e desde então o mundo se vê num impasse. As potências ocidentais, representados pela OTAN, aliança militar Ocidental criada em 1948 exigem a retirada dos soldados russos da Crimeia, por sua vez, Vladimir Putin, alega que a seus soldados estão na península para garantir a segurança da população que pretende ser incorporada à Rússia.
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